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EXCELÊNCIA DO CARÁTER
Um dia desses, lemos em um adesivo colado no vidro traseiro do veículo que estava à nossa frente, a seguinte advertência: Minha educação depende da tua.
Ficamos a imaginar qual seria o conceito de educação para quem pensa dessa forma.
Ora, se nossa educação dependesse da dos outros, certamente seria tão instável quanto a quantidade de pessoas com as quais nos relacionamos.
Seríamos apenas o reflexo de comportamentos alheios, e jamais formaríamos o nosso próprio caráter.
Como ficaria a nossa integridade, se a nossa educação refletisse tão somente o comportamento dos outros, como uma reação apenas?
O verdadeiro caráter, que é o bom caráter, deve ser incorruptível, inviolável, como os metais nobres, que não sofrem corrosão nem oxidação, e por isso são os mais valorosos.
O diamante, por exemplo, que é o mais nobre dos minerais, deve sua denominação ao termo grego "adamas", que significa invencível, indomável. Isto quer dizer que não pode ser riscado por nenhum outro mineral ou substância conhecida. E essa pedra preciosa forma-se em condições de altas pressões e temperaturas.
Fazendo uma comparação com o diamante, podemos dizer que a nossa educação também é formada em condições de altas pressões, de conflitos, no calor da relação com os mais diversos caracteres da sociedade em que vivemos.
Assim, constantemente influenciamos e somos influenciados pelos outros. Mas isso significa que devemos nos deixar corromper pelas influências negativas que nos cercam?
Se falamos de educação, é preciso pensar no seu significado mais profundo, para que possamos bem nos conduzir no raciocínio.
Eis uma das mais belas e consistentes definições: educação é a arte de formar os caracteres, a que dá hábitos: é o conjunto dos hábitos adquiridos.[1]
Como trata-se de uma arte então precisa ser aprendida, aperfeiçoada para que se possa praticá-la com sabedoria.
E o que isso significa?
Bem, se já sabemos o que queremos ser, então só precisamos fazer os devidos esforços para forjar e conservar em nós os bons hábitos, dentro do perfil que escolhemos.
Se desejamos conquistar virtudes, por exemplo, precisamos fazer esforços diários. Na luta por dominar as nossas más tendências, por não revidar uma ofensa, por retribuir o mal com o bem, estamos forjando em nós um bom caráter, um conjunto de bons hábitos.
Para isso, a nossa educação não deve jamais depender da educação dos outros, menos ainda da falta de educação dos outros.
Todos os homens nobres que passaram pela Terra deixaram exemplos dignos de serem imitados, porque possuíam a verdadeira sabedoria e exemplificavam isso em seu viver.
Sócrates, Platão, Confúcio, Buda, entre outros, eram almas nobres. Jesus, a quem os cristãos dizem ter como mestre, recomendou a não violência, a bondade, a justiça, o perdão.
Imaginemos se Jesus tivesse ensinado: Se alguém te bater numa face, esmurra-lhe a outra. Ou então: Faz aos outros tudo aquilo que não desejas que te façam. Certamente ninguém o aceitaria como mestre.
É sempre importante refletir sobre como deve se conduzir quem diz ser aprendiz desse sábio homem que, diante dos momentos mais dolorosos de sua vida, manteve a serenidade. Tolerou com grandeza todas as agressões sofridas. Jamais se deixou contaminar pela cólera, pela injustiça, nem pelo desamor daqueles com quem conviveu.
A própria natureza, por vezes nos dá exemplos de grandeza nas adversidades.
O sândalo, por ser uma árvore nobre, deixa suave fragrância impregnada no machado que lhe dilacera as fibras.
As flores, ao receber dos ventos o açoite que lhes macera as pétalas, doam seu perfume ao ar.
Para finalizar, meditemos sobre esta ideia:
O início de um hábito é como um fio invisível. A cada vez que repetimos o ato este reforça o fio, acrescenta-lhe outro filamento, até que se torna um enorme cabo e nos prende de forma irremediável, no pensamento e na ação. Orison Swett Marden
Equipe do Filosofia no ar / TC - 05/08/2010
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